sábado, outubro 13, 2007

D I Ó G E N E S, o Filósofo, o Cão , o Cínico.

"Ninguém gostava de ser chamado de cínico na Grécia, pois esse insulto em grego equivalia a ser chamado de cachorro."
pintura do século XIX


Um estranho filósofo grego antigo , viveu cerca de 400 a.C., morava numa barrica de cerâmica ou madeira , sempre carregando consigo uma lanterna ( dizia procurar "um homem", sendo que dizia também que jamais o encontrara) , e conta-se , era amigo dos cachorros de rua , que ignorava as mulheres que tentavam sem sucesso seduzí-lo, e também se diz que teve um encontro com Alexandre , O Grande.

Alexandre, o Grande, teria desejado conhecê-lo e para isso foi a Corinto ,onde estando frente a Diógenes perguntou-lhe se desejava algo, então Diógenes lhe respondeu: "Sim, que te afastes um pouco, pois estás encobrindo o Sol".

A Escola de pensamento de Diógenes , discípulo de Antístenes, é chamada de "Cínica" (veja nota abaixo). Sua filosofia consistia em desprezar a riqueza e rejeitar as convenções sociais. As matemáticas, a física, a astronomia e a música são, para ele, "inúteis e desnecessárias". Para Diógenes, o homem (como regra de vida) deve sobrepor seu aspecto animalesco sobre o espiritual. Portanto, é um animal que indica ao cínico o modo de viver: um viver sem metas (que a sociedade propõe como necessárias), sem necessidade de casa e de morada fixa e sem o conforto das comodidades oferecidas pelo progresso. Diógenes proclamou a liberdade de palavra. O cínico diz o que pensa a todos. Junto com a liberdade de palavra, Diógenes proclamou a liberdade de ações, uma liberdade às vezes levada ao limite da imprudência.

O método de Diógenes, que pode conduzir à liberdade e à virtude e, portanto, à felicidade, resumi-se nos dois conceitos essenciais de "exercício" e "fadiga", que consistiam numa prática de vida própria para temperar o físico e o espírito ante as fadigas impostas pela natureza e, ao mesmo tempo, apta para habituar o homem ao domínio dos prazeres e ao "desprezo" deles. O desprezo do prazer é fundamental na vida do cínico. Aliás, o cinismo pejorativo que conhecemos hoje vem justamente deste desprezo. Seu ideal supremo era o bastar-se-a-si-mesmo. O não-ter-necessidade-de-nada, a "autarquia" já pregadas pelo mestre, assim como a "apatia" e a "indiferença". O cinismo com Diógenes, segundo historiadores, tornou-se a mais "anticultural" das filosofias.

Do site http://www.pucsp.br/~filopuc/verbete/diogenes.htm


Diógenes é ,talvez , o filósofo ocidental mais próximo dos ideais minimalistas contidos nos exemplos de vida e pensamento dos filósofos orientais ( especialmente, taoístas e zen-budistas).


Antístenes de Atenas ( 444 - 371 a. C.).Filósofo grego, nascido e morto em Atenas, fundador da escola cínica, que se caracterizou pela oposição radical e ativa aos valores culturais vigentes, discordância esta nascida do discernimento de que era impossível conciliar as leis e convenções morais e culturais com as exigências de uma vida segundo a natureza. Discípulo de Sócrates (470-399 a. C.), abriu uma escola filosófica em um ginásio fora de Atenas, chamado Cinosarges, palavra que tem a ver com o termo grego kynikós, que significa semelhante a cachorro (kýon,kynos=cão) . Lá pregava a superioridade da virtude e a inutilidade das coisa materiais. Em seu ponto de vista, felicidade não tinha nada a ver com prazer ou riqueza, mas sim com a pureza da alma e a liberdade de não se sujeitar à tirania dos desejos. Entre seus alunos destacou-se Diógenes (c. 413-323 a.C.), que o ajudou a consagrar seus ensinamentos e por isso ficou conhecido como o cínico. A maioria dos atenienses achava que todos eles eram presunçosos e cheios de orgulho. Ninguém gostava de ser chamado de cínico na Grécia, pois esse insulto em grego equivalia a ser chamado de cachorro. Os cínicos foram os primeiros anarquistas da antiguidade. Já condenavam a distinção baseada no nascimento, no sexo, nas classes. Muitas frases de efeito são atribuídas ao cínico ateniense, como As paixões têm causas e não princípios; Os corvos devoram os mortos e os bajuladores aos vivos; e A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro. Com Diógenes, o Cínico ou de Sínope, essa escola socrática menor, adquiriu popularidade .

Antístenes

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu Deus! Alguns "sabios" de hoje ainda acham que inventaram a roda...
um pouco de leitura e humildade lhes fariam bem!!

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