terça-feira, dezembro 09, 2008

A ESCOLA que NÃO PENSA II

A
Mais um ataque do governo Serra ao sistema educacional !!!!!!!!!!!!

Vem aí o "projeto Serra" para educação pública em 2009 para todo o Estado de São Paulo :
A
Folha de São Paulo - 06 de dezembro de 2008.
Aluno de escola estadual terá 80 aulas de história a menos

FÁBIO TAKAHASHIDA

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo decidiu diminuir a carga horária de história no ensino médio, como forma de compensar a inclusão de sociologia no currículo e a ampliação de filosofia, exigências previstas em lei federal.Com a medida, os alunos do ensino público diurno terão 80 aulas a menos de história, considerando os três anos letivos (redução de 22,2%). No noturno, serão 120 aulas a menos (redução de 37,5%). O cálculo da Folha tem base no mínimo de 200 dias letivos ao ano (40 semanas), previsto em lei.O acréscimo de sociologia e o aumento de filosofia são exigências de uma lei sancionada pela gestão Lula (PT) em junho.Ela prevê que as duas disciplinas sejam dadas nos três anos do ensino médio (SP não possuía sociologia na grade e não havia filosofia no terceiro ano).A norma, porém, não estabelece como deve ser feito o acréscimo. O modelo escolhido pelo governo Serra (PSDB) para o próximo ano letivo foi publicado quarta-feira da semana passada no "Diário Oficial".Com o currículo utilizado em 2008, os alunos do ensino médio diurno têm três aulas semanais de história nos três anos do antigo colegial (360 aulas da disciplina no período).Em 2009, o primeiro ano continua igual, mas haverá redução para duas aulas semanais da matéria no segundo e terceiros anos (total de 280).Como base de comparação, um aluno do Vértice (apontado no último Enem como a melhor escola particular do Estado) terá, ao fim do ensino médio, 572 aulas de história.Nos dois primeiros anos do ensino médio, o Vértice oferece, por semana, quatro aulas de história (são 40 semanas de aula). Na terceira série, o aluno assiste a seis aulas da disciplina por semana (são 42 semanas).O último ano é integral.Se de um lado caiu o número de aulas de história na rede estadual, os estudantes passarão a ter uma aula semanal de sociologia no primeiro e segundo anos e duas na última série.A carga horária total do ensino médio não sofreu alteração, só houve mudança na distribuição das matérias: além de história, houve redução também nas aulas de educação física e geografia no diurno, e de língua estrangeira (em geral, inglês ou espanhol) no noturno (que possui a maioria dos alunos)."Por conta da lei federal, tivemos de nos adaptar, pois não há espaço para ampliar a jornada.Estudamos o assunto e entendemos que essa foi a melhor opção", disse à Folha a secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro."Nossa prioridade foi não diminuir língua portuguesa e matemática, que são a base para tudo. História tem muitos assuntos transversais com sociologia e filosofia", disse."A intenção era que houvesse uma ampliação do currículo.O ensino médio não pode ficar emparedado por limitações de horário", afirmou o presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional da Educação, Cesar Callegari.A lei federal, proposta pelo deputado Ribamar Alves (PSB-MA), reforçou uma resolução do conselho de 2006. A reportagem não conseguiu contato com o congressista para comentar a opção de São Paulo. Procurado pela Folha, o Ministério da Educação disse que cabe aos Estados decidir como implementar a nova regra.


Entrevista- Folha de São Paulo - 06 de dezembro 2008
Retirar disciplina da grade curricular é um "erro crasso", diz historiadora
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para a historiadora Maria Aparecida de Aquino, professora do Departamento de História da USP, a retirada de aulas de história da grade curricular é um "erro crasso", que mostra que, para a Secretaria da Educação de São Paulo, a disciplina é menos importante. O ideal seria a ampliação da grade horária, inclusive com um ano de ensino médio a mais no período noturno. (TB)

FOLHA - O que a sra. achou da inclusão das duas disciplinas?
MARIA APARECIDA DE AQUINO - Sou favorável à existência de filosofia e sociologia dentro dos currículos. Estudei em uma época em que tínhamos uma modalidade de ensino mais clássico, com filosofia em todos os anos.Foi uma herança do regime militar tirar essas aulas. Foram absurdos cometidos ao longo dos anos que, evidentemente, precisam ser corrigidos.
FOLHA - E o que achou de reduzir as aulas de história?
MARIA APARECIDA - Não se pode fazer essa continha de somar e extrair. São retiradas normalmente disciplinas consideradas menos importantes. Então, teoricamente, história acaba sendo considerada menos importante no currículo, o que é um absurdo completo e total.
FOLHA - E como resolver?
MARIA APARECIDA - Poderia ser colocada mais uma aula por dia ou ampliar o curso noturno em um ano.
FOLHA - No que a medida prejudica o aluno?
MARIA APARECIDA - História é a ciência que localiza o homem dentro da temporalidade. Faz com que ele tenha noção de se perceber no mundo em que vive, [ensina a] fazer comparações com outros tempos, trazer o passado para o presente e criar ensinamentos para o futuro. É, portanto, uma disciplina fundamental para a formação de qualquer cidadão em qualquer lugar do mundo. Tirar aulas de história é tirar a formação do espírito crítico.
FOLHA - Aulas de filosofia e sociologia não supririam isso?
MARIA APARECIDA - São coisas diferentes. A aula de história tem uma outra finalidade. Cada qual tem seu espaço no pensamento e na formação do conhecimento do aluno. Retirando uma, retira-se um espaço da formação.

Diferente de nossos gestores... ALGUNS AINDA PENSAM , TAL COMO O LEITOR DA FOLHA , INDIGNADO :

FOLHA DE SÃO PAULO - PAINEL DO LEITOR - 8 de dezembro 2008 - "A respeito da reportagem "Aluno de escola estadual terá 80 aulas de história a menos" (Cotidiano, 6/ 12), pergunto: será que o papel do Estado é só formar mão-de-obra? Pois optou por diminuir no currículo justamente a presença da disciplina que possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico e capaz de levar o ser a compreender o mundo em que vive. A prova disso está na própria reportagem da Folha, que informa que o colégio Vértice (apontado no último Enem como a melhor escola particular do Estado) oferece quatro aulas de história semanais no dois primeiros anos do ensino médio e seis no terceiro. Desse modo, fica muito difícil entender os critérios adotados pela secretaria estadual paulista." SILVIO LUIZ LOFEGO (São José do Rio Preto, SP)

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