segunda-feira, março 31, 2008

As Ciclovias no Brasil

por Christina Biltoveni

Se em alguns países é tão fácil usar a bike no trânsito, por que aqui no Brasil parece tão complicado? “As autoridades investem bilhões de reais em planejamento urbano destinado a veículos automotores e recusam-se a providenciar uma estrutura cicloviária integrada a outras formas de transporte”, enfatiza a biker e cicloativista Renata Falzoni, uma das pioneiras a levantar a bandeira a favor do uso da bicicleta como meio de transporte. O Rio de Janeiro é a cidade com a maior malha cicloviária do país. São três milhões de bikes (número maior do que o de automóveis em circulação) para cerca de 150 km de ciclovias, espalhadas principalmente nas orlas das praias. Curitiba conta também com 150 km de ciclovias que cortam toda a cidade. Em Porto Alegre, há até ônibus equipados com suporte para transportar bicicletas na parte dianteira.
Já São Paulo, com quase 20 milhões de habitantes, é a ovelha negra do país. Não existe nenhuma ciclovia que realmente possibilita o deslocamento dos ciclistas ao redor da cidade. Os poucos quilômetros ligam nada a lugar nenhum. A realidade paulistana é desesperadora: a frota de veículos cresce oito vezes mais que a população. Quinhentos novos carros entram em circulação em São Paulo por dia. Acrescente a esse número 160 outros veículos, de motos a ônibus e caminhões. Imagine que em 1976 a cidade tinha 13 mil quilômetros de ruas e avenidas e 1,4 milhão de veículos. Em 2007, são 5,6 milhões de carros. Pára-choque a pára-choque, eles precisariam de 21,4 mil quilômetros de vias públicas, mas só há 17,2 mil quilômetros. E uma das leis da física é irrevogável: dois corpos não ocupam o mesmo espaço.


do site da Revista Boa Forma (Editora Abril ) http://boaforma.abril.uol.com.br/edicoes/247/fechado/Fitness/conteudo_734.shtml

sexta-feira, março 28, 2008

'Bicicletada' na Paulista protesta contra o excesso de carros



publicado em portal UOL .28 março de 2008

Quer entender o que está acontecendo no TIBET?

Quer entender o que está acontecendo no Tibet ? Ouça a ótima entrevista , para a CBN , de Heródoto Barbeiro com o prof. Ricardo Mario Gonçalves ( monge budista , professor aposentado da USP), feita recentemente em 18 de março de 2008. O professor Ricardo é um dos raros especialistas em História Oriental ( campo das religiões) no Brasil. A História faz entender o presente.

ACESSE para OUVIR :

http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/dinamico/busca1.asp?busca=Tibet&dia=18&mes=03&ano=2008&rss=jornaldacbn.xml&registros=5&pagina=1&corseparador=ECE9D8&id=1501&periodo=60&x=16&y=9


AJUDE a PRESSIONAR o GOVERNO CHINÊS :
ACESSE para ASSINAR : http://tudomudatudo.blogspot.com/2008/03/querids-amigs-depois-de-dcadas-de.html

Bônus da Vergonha

Frequentemente me envergonho de dizer que sou professora do sistema educacional básico do Estado de S.Paulo. O salário é de um mínimo e meio ( jornada inicial de 21 h/a , aulas suficientes para deixar qualquer professor desestimulado , pela indiferença dos alunos, pelos problemas de disciplina, pelo desrespeito como somos tratados pela mídia , etc, etc, etc).
Todos temos ,no mínimo, dois empregos. Invariavelmente , damos preferência a pegar mais aulas onde nos pagam melhor - é óbvio, mas só os gestores não percebem isso ( cegos que ficam diante de NÚMEROS).
Os inteligentes e "sensíveis" calculadores - digo, GESTORES!- são responsáveis por uma idéia que consideram genial - O BÔNUS!!!!!!!!!!!!!!!
Bonificam trabalhadores das ESCOLAS que mais aprovam alunos , que dão melhores notas ( burocraticamente passam alunos) , etc ,etc , etc. Quanto aos problemas e realidades diferentes entre as Escolas , que se virem (literalmente!) com os problemas de drogas , má-educação, depredações do patrimônio , delinquência, violência de todos os tipos , situações de risco de todos os gêneros, etc, etc, etc.
A bonificação já existe e é diferenciada para cada cargo. Ganha-se no final do ano, como um MÉRITO. O faxineiro: cerca de 8o centavos , os secretários :cerca de 30 reais , professores :cerca de 300 reais , diretores :cerca de 3000 reais. É isso aí , cada um é avaliado individualmente : todos trabalham IGUALMENTE pelo coletivo o ano todo , e no final -é claro - as diferenças e disparates aparecem. Têm que aparecer, afinal vivemos numa sociedade de classes (capitalista) .
Aliás lembrando as misérias do mundo capitalista , digo aos que correrão atrás do seu (exclusivo e individual ) bônus , que lembrem-se que para guanhar os seus 3000, vocês terão que EXPLORAR , MANIPULAR , o trabalho dos que ganharão 30 ou simplesmente 0,80. Para isso os que ganham 3000 tentam desesperadamente CONVENCER os que valem 0,80 , 30 e 300 a trabalharem "tanto quanto ou mais" .
Anti-capitalista seria que o Bônus fosse COLETIVO e DIVIDIDO IGUALMENTE para TODOS os funcionários da ESCOLA . Isso promoveria algo "pecaminoso" em nossa sociedade, se criaria consciência do que é trabalhar coletivamente em prol de todos sem diferenciação de posição econômica e social. É excessivamente democrático (beirando "o comunismo") , é justo demais ( beirando "o paraíso") , exageradamente franciscano ( beirando "a santidade") , fora de lógica PARA UM SISTEMA DE PENSAMENTO GESTOR CAPITALISTA .
Minha resposta ao BÔNUS DO ESTADO e aos que já estão correndo atrás dele: quando os ricos lhe jogarem as moedas, cuidado para não sujar demasiadamente os joelhos , pois o chão costuma ser um lugar sujo!

quinta-feira, março 27, 2008

Uma História de Amor Improvável : X's And O's

Pensam eles.
Se encontrarão.
Quarta-feira.
Eram,o vagabundo
e a donzela estranha.

sexta-feira, março 21, 2008

Violência no Tibet

Querid@s amig@s,


Depois de décadas de repressão sob o domínio chinês, o povo tibetano finalmente mostrou a sua cara e sua revolta, tomando as ruas em protestos. Como sede das Olimpíadas, todos os holofotes estão voltados para a China, e essa é a oportunidade que os tibetanos estavam esperando para chamar a atenção do mundo e demandar mudanças. Com um saldo de mais de 100 mortos e 1000 presos, o governo chinês disse que os manifestantes que ainda não se entregaram "serão punidos". O futuro do Tibet está sendo definido agora mesmo enquanto os lideres chineses decidem se aumentam a repressão brutal, ou se abrem o diálogo. E nós podemos afetar esse momento histórico.Por causa das Olimpíadas a China está preocupada em manter uma boa reputação perante o mundo. O presidente da China Hu Jintao precisa ouvir que a marca "Made in China" e as Olimpíadas de Pequim só serão um sucesso se forem associadas á uma China moderna, não uma China repressora e violenta. Mobilizando uma avalanche de apelos de todo o mundo poderemos chamar a atenção do governo chinês.

A China tem motivos para se preocupar com a sua própria estabilidade devido a um passado brutal. Mas o Presidente Hu precisa reconhecer que o maior perigo para a estabilidade e desenvolvimento chinês vem dos generais linha dura que defendem uma repressão violenta e não dos tibetanos que querem diálogo e reforma. Nossa petição será entregue para oficiais chineses em Londres, Nova York e Pequim, porém precisamos de uma quantidade significativa de assinaturas antes que a petição seja entregue.

O povo tibetano sofreu calado por muitas décadas até finalmente chegar seu momento de falar e nós podemos ajudá-los a serem ouvidos.

foto publicada pelo portal UOL - março 2008

Mobilizando uma avalanche de apelos de todo o mundo poderemos chamar a atenção do governo chinês. Clique abaixo para assinar a petição , nossa meta é 1 milhão de vozes pelo Tibet :

http://www.avaaz.org/po/tibet_end_the_violence/97.php/?cl_tf_sign=1

Com esperança e respeito,


Ricken, Iain, Graziela, Paul, Galit, Pascal, Milena, Ben e todos da equipe da Avaaz.


PS - É bem provável que o governo chinês bloqueie o site da Avaaz por causa dessa campanha. Com isso milhares de membros da Avaaz na China não irão poder mais participar da nossa comunidade. Uma pesquisa com os membros da Avaaz esse fim de semana mostrou que mais de 80% das pessoas defendem a importância de agirmos pelo Tibet apesar de sofrer essa enorme perda da nossa comunidade, mas, somente se pudermos fazer uma diferença. Se formos bloqueados na China a Avaaz irá manter uma campanha pela liberdade na Internet na China para que um dia nossos membros na China possam juntar-se á nossa comunidade novamente.

A Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até a guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas. Avaaz.org está localizada na 260 Fifth Avenue, Nova York - NY 10001 EUA.

segunda-feira, março 17, 2008

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA "CORRIGIDA"

Um bom amigo , Pai Francisco de Osun , um baiano de nascimento , mas morador do Bixiga , em São Paulo, me mandou esta notícia importante para reflexão acerca de nosso desrespeito e intolerância costumeira para com as religiões de origem africana, até mesmo na Bahia!


PEDIDO DE DESCULPAS DO PREFEITO DE SALVADOR


"Reiteramos em público nosso pedido de desculpas ao povode-santo pelo erro isolado cometido por funcionários da Sucom".Assim, o prefeito de Salvador, João Henrique, deu por encerrada a polêmica que envolveu seu governo e a demolição parcial do Terreiro Oyá Onipó Neto, no último dia 27. Localizado na Avenida Jorge Amado, no Imbuí, área de alta especulação imobiliária, o terreiro teve sua estrutura destruída por agentes da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom).A ação provocou mobilizações das entidades do movimento negro e de líderes do candomblé que foram do Campo Grande à Praça Municipal, ontem à tarde, para pressionar o governo, como o Coletivo de Entidades Negras, a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia e o Movimento Negro Unificado, que exigiram a reconstrução imediata do terreiro e um pedido de desculpas públicas, bem como ressarcimento dos objetos quebrados na ação da Sucom, sob a direção de Kátia Carmelo, exonerada no última dia 29, em virtude do ocorrido.Depois de ver sua administração acusada de intolerância religiosa, João Henrique recebeu os manifestantes em seu gabinete.Como resposta às solicitações, ele assinou uma petição que será encaminhada à Câmara dos Vereadores e tem previsão de ser votada até a próxima quarta-feira pedindo a regularização fundiária do terreiro, que está em área da prefeitura, e o reordenamento de todos os terreiros que estão na mesma situação para receberem o título de posse da terra."Temos que deixar, de forma irreversível, a garantia de que não haverá novamente a demolição de terreiro na cidade de Salvador", afirmou o prefeito, destacando que os secretários de Governo estavam presentes ao encontro para saberem que o respeito às raças, aos gêneros e às religiões é meta do governo. Kátia Carmelo, que está à frente da secretaria de Planejamento e não estava no encontro, encaminhou uma nota pública se desculpando pelo ocorrido. "Espero que encerremos esta polêmica definitivamente, pois não sou dada a preconceitos" , diz.A mãe-de-santo Rosalice do Amor Divino, Mãe Rosa, de 50, responsável pelo terreiro, destacou que a assinatura da petição é uma vitória para todos os que lutam contra a intolerância. "Agora teremos a garantia que o terreiro não voltará a ser desrespeitado por ninguém", disse."A Semur luta contra o racismo institucional e, por isso, nos colocamos a favor do terreiro e o prefeito sabia. Por isso, a importância do pedido em público de desculpas à população", disse a secretária de Reparação Racial, Antônia Garcia. No momento mais marcante, Mãe Rosa recebeu Iansã, orixá que comanda o Oyá Onipó Neto. A praça se transformou num templo do candomblé, com filhos e filhasde-santo indo ao seu encontro para receber bênçãos.


Se fosse uma edificação como as de uma "igreja católica" , seria tratada com o desprezo que foi este "terreiro" simples , sem grandes edificações ? Fica a reflexão.

quinta-feira, março 13, 2008

NOTA DE REPÚDIO

Estudos sobre a "base biológica para a violência em menores infratores": novas máscaras para velhas práticas de extermínio e exclusão

É com tristeza e preocupação que recebemos a notícia de que Universidades de grande visibilidade na vida acadêmica brasileira estão destinando recursos e investimentos para velhas práticas de exclusão e de extermínio. A notícia de que a PUC-RS e a UFRGS vão realizar estudos e mapeamentos de ressonância magnética no cérebro de 50 adolescentes infratores para analisar aspectos neurológicos que seriam causadores de suas práticas de infração nos remete às mais arcaicas e retrógradas práticas eugenistas do início do século XX. Privilegiar aspectos biológicos para a compreensão dos atos infracionais dos adolescentes em detrimento de análises que levem em conta os jogos de poder-saber que se constituem na complexa realidade brasileira e que provocam tais fenômenos, é ratificar sob o agasalho da ciência que os adolescentes são o princípio, o meio e o fim do problema, identificando-os seja como "inimigo interno" seja como "perigo biológico", desconhecendo toda a luta pelos direitos das crianças e dos adolescentes, que culminou na aprovação da legislação em vigor - o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Pensar o fenômeno da violência no Brasil de hoje é construir um pensamento complexo, que leve em consideração as Redes que são cada vez mais fragmentadas, o medo do futuro cada vez mais concreto e a ausência de instituições que de fato construam alianças com as populações mais excluídas. É falar da corrupção que produz morte e isolamento e da precariedade das políticas públicas, sejam elas as políticas sociais básicas como educação e saúde, sejam elas as medidas sócio-educativas ou de proteção especial. Enquanto a Universidade se colocar como um ente externo que apenas fragmenta, analisa e estuda este real, sem entender e analisar suas reais implicações na produção desta realidade, a porta continuará aberta para a disseminação de práticas excludentes, de realidades genocidas, de estudos que mantêm as coisas como estão. Violência não é apenas o cometimento do ato infracional do adolescente, mas também todas aquelas ações que disseminam perspectivas e práticas que reforçam a exclusão, o medo, a morte. Triste universidade esta que ainda se mobiliza para este tipo de estudo, esquecendo-se que a Proteção Integral que embasa o ECA compreende a criança e o adolescente não apenas como "sujeito de direitos" mas também como "pessoa em desenvolvimento" - o que por si já é suficiente para não engessar o adolescente em uma identidade qualquer, seja ela de "violento" ou "incorrigível". A universidade brasileira pode desejar um outro futuro: o de estar à altura de nossas crianças e adolescentes.


Assinam a denúncia diversos profissionais e entidades , veja em
http://www.cebes.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=134&mNoti_Acao=mostraNoticia&noticiaId=195
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